Ansiedade de separação é um distúrbio comportamental que afeta profundamente o bem estar emocional de muitos pets, especialmente cães, e passa despercebido por grande parte dos tutores. O que para alguns pode parecer apenas “manha” ou “birra”, na verdade, esconde um sofrimento silencioso, profundo e contínuo, causado pela ausência do vínculo físico com o tutor, mesmo que por poucas horas.
Este artigo tem como objetivo ampliar o olhar sobre esse tema à luz da neurociência e da etologia — a ciência do comportamento animal — mostrando que nossos animais não apenas sentem a nossa falta, como também sofrem com intensidade real e mensurável quando deixados sozinhos. Reconhecer os sinais, compreender as origens e agir com empatia são passos fundamentais para garantir qualidade de vida ao seu companheiro de quatro patas.
Ao longo do conteúdo, você vai descobrir por que a ansiedade de separação é uma condição séria, como ela se manifesta de forma silenciosa, e quais estratégias práticas e científicas podem ser adotadas para ajudar o seu pet a lidar com esse desafio emocional.
O Que É Ansiedade de Separação em Pets?
A ansiedade de separação é um transtorno emocional e comportamental que acomete muitos cães e gatos quando se veem afastados de seus tutores, ainda que temporariamente. Diferente de um simples desconforto pela ausência do dono, trata-se de um estado de estresse agudo que pode gerar impactos significativos no bem estar físico e emocional do animal.
Entendendo a Ansiedade de Separação: Mais Que Saudade
Animais domesticados, especialmente cães, desenvolveram um forte vínculo de dependência com os humanos ao longo da evolução. Para muitos pets, a figura do tutor representa segurança, previsibilidade e afeto. Quando esse vínculo é interrompido — mesmo que por algumas horas — o pet pode entrar em um ciclo de desregulação emocional, caracterizado por comportamentos destrutivos, latidos ou miados excessivos, automutilação, apatia ou tentativa de fuga.
Segundo um estudo publicado na revista Applied Animal Behaviour Science (Ogata, 2016), a ansiedade de separação está entre os distúrbios comportamentais mais comuns em cães domésticos, afetando entre 20% e 40% da população canina em contextos urbanos. Em gatos, os números são menores, mas não menos significativos.
A Neurociência da Ansiedade de Separação
Do ponto de vista neurobiológico, a ansiedade de separação ativa áreas específicas do cérebro, como a amígdala e o hipotálamo, responsáveis por respostas emocionais de alerta e medo. Há também aumento na produção de hormônios do estresse, como o cortisol, o que explica sintomas como salivação excessiva, taquicardia e comportamento compulsivo.
De acordo com o artigo “The neurobiology of separation anxiety in dogs and cats” (Vet Clin North Am Small Anim Pract, Overall & Horwitz, 2016), a repetição constante dessas respostas fisiológicas, sem intervenção, pode levar à cronificação do estresse, afetando a imunidade, o sono e a qualidade de vida do pet.
Ansiedade de Separação ou Falta de Treinamento?
Um ponto importante é diferenciar ansiedade de separação de comportamentos indesejados causados por falta de rotina, exercício físico ou estimulação mental. A ansiedade verdadeira se manifesta de forma intensa e recorrente, mesmo em pets bem cuidados, e exige uma abordagem terapêutica individualizada.
Se o seu pet sofre quando você sai de casa, destrói objetos, vocaliza intensamente ou apresenta alterações fisiológicas como diarreia, tremores e salivação, é fundamental observar com mais atenção. Esses não são sinais de “malcriação”, mas sim de um sofrimento real, que precisa ser acolhido e tratado com seriedade.

Sintomas Silenciosos: Como Identificar os Sinais
A ansiedade de separação pode se manifestar de maneiras discretas e, por isso, é muitas vezes subestimada pelos tutores. Nem todo pet que sofre com esse transtorno late sem parar ou destrói a casa. Muitos expressam seu desconforto por meio de sinais silenciosos, que exigem sensibilidade e atenção para serem reconhecidos. Compreender esses sintomas é o primeiro passo para um diagnóstico correto e para a construção de um plano de cuidado eficaz.
Mudanças de Comportamento: Os Pequenos Detalhes Falam Muito
Alguns comportamentos passam despercebidos por parecerem banais, mas podem indicar sofrimento emocional:
- Letargia logo após a saída do tutor: o animal parece “desligar” e ficar apático.
- Comportamento hipervigilante: o pet permanece atento a qualquer ruído, como se estivesse esperando o retorno do tutor.
- Automutilação: lambeduras excessivas nas patas, arranhões ou mordidas no próprio corpo, geralmente em pontos específicos.
- Negligência alimentar: o pet recusa comida ou petiscos quando está sozinho, um forte indicativo de estresse.
Esses sinais costumam ocorrer de forma repetida e se intensificam com o tempo, se não houver intervenção.
Sinais Fisiológicos de Estresse: O Corpo Também Fala
Além dos sinais comportamentais, a ansiedade de separação pode causar efeitos fisiológicos observáveis, como:
- Salivação em excesso;
- Vômitos esporádicos sem causa médica aparente;
- Taquicardia e respiração ofegante mesmo em repouso;
- Problemas gastrointestinais recorrentes, como diarreia.
Estudos como o de Ogata (2016), publicado na Applied Animal Behaviour Science, demonstram que pets com esse tipo de ansiedade apresentam níveis elevados de cortisol, hormônio do estresse, especialmente durante as primeiras horas de ausência do tutor.
Comportamentos Repetitivos e Obsessivos: Um Alerta Vermelho
Outro sinal sutil, porém importante, é a presença de comportamentos repetitivos e sem propósito, como:
- Andar em círculos;
- Ir e voltar do mesmo local (geralmente perto da porta);
- Latidos ou miados com padrão rítmico;
- Arranhar o chão ou as paredes repetidamente.
Esses comportamentos geralmente são confundidos com “mania” ou “tédio”, mas refletem uma tentativa desesperada de lidar com a angústia gerada pela separação.
Ansiedade de Separação: Não Subestime os Sinais Ocultos
É essencial destacar que nem sempre os sinais são óbvios. Em muitos casos, os tutores só percebem algo errado quando conversam com vizinhos que relatam latidos incessantes, ou ao instalar câmeras e observar o comportamento do pet em sua ausência.
A ansiedade de separação é uma condição clínica reconhecida pela Associação Americana de Medicina Veterinária (AVMA) e pelo Colégio Americano de Veterinários Comportamentalistas (ACVB). Por isso, qualquer comportamento fora do habitual merece atenção, especialmente se ocorrer de forma persistente e sempre após a saída do tutor.
Causas Comuns da Ansiedade de Separação
A ansiedade de separação em pets é um distúrbio comportamental mais frequente do que se imagina, especialmente em cães, mas também pode afetar gatos. Compreender suas causas é essencial para que tutores e profissionais consigam criar estratégias eficazes de prevenção e tratamento. Embora a manifestação dos sintomas varie de animal para animal, algumas causas são recorrentes e têm base científica comprovada.
Histórico de Abandono ou Rejeição Precoce
Pets que foram abandonados, doados repetidamente ou viveram em abrigos por longos períodos estão mais propensos a desenvolver ansiedade de separação. A ruptura precoce do vínculo com figuras de apego — como a mãe ou o tutor inicial — pode afetar a construção de segurança emocional, conforme demonstrado em estudos de adaptação comportamental animal (McMillan et al., 2015).
Esses animais tendem a desenvolver uma dependência emocional intensa com o novo tutor, vendo nele sua única fonte de conforto e proteção. Qualquer separação, mesmo que breve, gera angústia desproporcional.
Mudanças Bruscas na Rotina ou no Ambiente
Assim como em humanos, mudanças repentinas podem gerar estresse significativo nos animais. Mudanças de casa, alterações no horário do tutor, chegada de novos membros (humanos ou animais), ou mesmo o retorno presencial ao trabalho após longos períodos em home office, como aconteceu no pós-pandemia, são fatores comuns que contribuem para o surgimento da ansiedade de separação.
O estudo de Vincent et al. (2020), publicado na Frontiers in Veterinary Science, apontou que cães que passaram longos períodos em constante companhia humana durante o isolamento social apresentaram maior tendência a desenvolver o transtorno com o fim desse convívio intenso.
Superproteção e Falta de Independência
A forma como o tutor se relaciona com o animal também é um fator determinante. Pets que nunca são deixados sozinhos, que são excessivamente mimados ou não têm estímulos para brincar de forma autônoma desenvolvem baixa tolerância à solidão. A superproteção, apesar de ser movida por amor, pode gerar uma dependência emocional doentia.
O comportamento de “seguir o tutor pela casa”, por exemplo, muitas vezes visto como fofo, pode ser um indício de uma relação desequilibrada, com falta de autonomia emocional do animal.
Desmame Precoce ou Socialização Inadequada
A fase de socialização — entre a 3ª e a 12ª semana de vida — é decisiva para a formação emocional dos filhotes. O desmame muito precoce, a falta de contato com outros animais ou estímulos variados pode deixar o animal mais vulnerável ao estresse e com dificuldade de lidar com o afastamento do tutor no futuro.
A ausência de experiências positivas durante esse período sensível pode afetar o desenvolvimento de mecanismos saudáveis de enfrentamento emocional, conforme evidenciado por Appleby et al. (2002) em estudo publicado na Journal of Applied Animal Welfare Science.
Trauma ou Experiências Negativas Associadas à Solidão
Alguns pets desenvolvem ansiedade de separação após experiências traumáticas vividas durante a ausência do tutor. Um barulho intenso, como fogos de artifício, uma tempestade, uma invasão de casa ou até mesmo um acidente doméstico, pode fazer com que o animal associe a solidão ao perigo.
Essas experiências negativas tendem a criar uma resposta emocional condicionada: sempre que o tutor sai, o pet revive o medo ou o estresse vivido no passado.
Como Ajudar Um Pet com Ansiedade de Separação
A ansiedade de separação pode afetar profundamente o bem estar emocional e físico dos pets, causando desde comportamentos destrutivos até quadros de depressão. Por isso, é essencial que o tutor adote estratégias eficazes e afetuosas para aliviar esse sofrimento. A boa notícia é que existem caminhos comprovados para ajudar o animal a desenvolver segurança emocional e autonomia de forma saudável.
Criando um Ambiente Seguro e Estável
O primeiro passo para ajudar um pet com ansiedade de separação é garantir que ele se sinta seguro mesmo na ausência do tutor. Isso começa com a criação de um espaço acolhedor, com objetos familiares, cheiros conhecidos e brinquedos que estimulem o cérebro e ofereçam conforto.
Dica prática: uma camiseta usada pelo tutor pode ser deixada no espaço de descanso do animal, transmitindo a sensação de presença e reduzindo o estresse causado pela solidão.
Estimule a Autonomia Emocional do Pet
Animais que não sabem brincar sozinhos ou ficam constantemente grudados no tutor têm mais dificuldade de lidar com a ausência. Por isso, ensinar o pet a ser independente é uma das chaves para superar a ansiedade de separação.
Você pode começar com sessões curtas de afastamento, recompensando o animal quando ele permanecer calmo e relaxado. Aos poucos, aumente o tempo fora de casa, sempre reforçando positivamente os bons comportamentos.
Importante: evite despedidas longas ou dramáticas. Elas apenas reforçam a sensação de que “algo ruim” está para acontecer.
Enriquecimento Ambiental é Essencial
O enriquecimento ambiental é uma técnica poderosa baseada na neurociência e no bem-estar animal. Ao oferecer brinquedos interativos, quebra-cabeças alimentares, cheiros novos ou sons suaves, você estimula o cérebro do pet e reduz a ociosidade — uma das grandes vilãs da ansiedade de separação.
Além disso, o enriquecimento sensorial (aromatização com lavanda, por exemplo) tem mostrado efeitos calmantes comprovados (Wells, 2006. Physiology & Behavior).
Rotina Previsível Traz Segurança
Pets são altamente sensíveis à rotina. A previsibilidade dos horários de alimentação, passeio, descanso e interação social contribui para que o animal se sinta no controle do próprio ambiente.
Um dos gatilhos mais comuns da ansiedade de separação é a instabilidade. Por isso, manter uma rotina diária consistente ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade.
Estratégia complementar: utilize comandos básicos como “senta”, “fica” e “espera” para treinar o autocontrole do pet, sempre com reforço positivo.
Ferramentas de Suporte para Casos Moderados
Em quadros leves a moderados, o uso de feromônios sintéticos (como o Adaptil® em cães ou o Feliway® em gatos) pode ajudar a diminuir os níveis de estresse. Esses produtos simulam os sinais químicos naturais liberados pelas mães no período de amamentação, proporcionando relaxamento.
Outra possibilidade são os coletes de compressão (como o Thundershirt®), que promovem uma sensação de contenção semelhante ao abraço humano.
Atenção: nunca medique seu pet por conta própria. Tranquilizantes devem ser prescritos exclusivamente por um médico-veterinário especializado.
Quando Procurar um Especialista em Comportamento Animal
Nem sempre os sinais de estresse e desequilíbrio comportamental em pets desaparecem com ajustes simples na rotina. Em alguns casos, a ansiedade de separação e outros distúrbios emocionais exigem acompanhamento especializado. Saber o momento certo de buscar ajuda profissional pode evitar o agravamento do quadro e garantir mais bem-estar e qualidade de vida para o animal e o tutor.
Ansiedade de Separação Persistente? Hora de Observar os Sinais
Um dos quadros mais comuns atendidos por especialistas em comportamento animal é a ansiedade de separação. Quando o pet entra em estado de pânico toda vez que o tutor sai de casa — chorando, uivando, destruindo objetos, urinando em locais incomuns ou apresentando comportamentos compulsivos —, é sinal de que o sofrimento emocional ultrapassou o que pode ser resolvido apenas com técnicas caseiras.
Esses sintomas indicam um desequilíbrio emocional significativo, e quanto mais tempo demorar a intervenção adequada, mais difícil será a reversão do comportamento.
Quando as Estratégias Caseiras Não Funcionam
Enriquecimento ambiental, rotina estável, brinquedos interativos, uso de feromônios e reforço positivo são excelentes estratégias para casos leves. Mas se mesmo após semanas ou meses aplicando essas medidas o pet continua apresentando sintomas intensos, o quadro pode ser considerado crônico.
Em situações como essa, o especialista em comportamento animal — seja ele um médico-veterinário comportamentalista ou um adestrador com formação em modificação comportamental baseada em ciência — se torna indispensável.
Importante: especialistas utilizam métodos como dessensibilização sistemática, contra condicionamento e, se necessário, prescrição de fármacos com apoio veterinário para restabelecer o bem estar emocional do pet.
Outros Motivos Para Procurar Ajuda Profissional
A ansiedade de separação é apenas uma das muitas razões que justificam o acompanhamento com um especialista. Outros quadros incluem:
- Agressividade sem motivo aparente (com pessoas, outros animais ou objetos);
- Fobias extremas (de barulhos, visitantes, carros, chuvas);
- Lambedura ou automutilação compulsiva;
- Problemas persistentes de eliminação (urinar ou defecar em locais inadequados);
- Comportamento destrutivo fora do comum, mesmo com estimulação adequada;
- Mudanças repentinas de personalidade (apatia, reatividade, hipervigilância).
Se o tutor percebe que o pet já não demonstra prazer nas interações ou parece estar em constante estado de alerta, procurar ajuda se torna um ato de cuidado e responsabilidade.

O Que Esperar de um Atendimento Comportamental
Ao buscar um profissional, o tutor deve esperar uma abordagem empática, multidisciplinar e baseada em ciência. O processo geralmente envolve:
- Avaliação comportamental e ambiental detalhada;
- Investigação de causas médicas subjacentes;
- Criação de um plano individualizado de reabilitação emocional;
- Orientações personalizadas para o tutor executar em casa;
- Reavaliações periódicas e, se necessário, uso de medicação sob supervisão veterinária.
A atuação profissional não substitui o carinho do tutor, mas potencializa os resultados e acelera o processo de cura comportamental.
Quanto Antes, Melhor: A Importância da Intervenção Precoce
Muitos tutores adiam o acompanhamento profissional por acreditarem que o comportamento “vai passar com o tempo”. No entanto, transtornos emocionais como a ansiedade de separação tendem a se intensificar, afetando o bem estar físico do animal e até o vínculo afetivo com a família.
A intervenção precoce evita que comportamentos indesejados se consolidem, melhora a convivência no lar e promove uma vida mais plena para o pet.
Convivendo com a Ansiedade do Seu Pet: Empatia, Ciência e Cuidado
A ansiedade de separação não é apenas um incômodo para o tutor — é uma condição real e profundamente angustiante para o pet. Conviver com um animal que sofre desse transtorno exige uma combinação cuidadosa de empatia, conhecimento científico e estratégias práticas. Entender como atuar no dia a dia, sem agravar o quadro e respeitando os limites emocionais do seu animal, é o primeiro passo para transformar sofrimento em segurança.
A Importância da Empatia no Processo de Recuperação
Viver com um pet que sofre de ansiedade é desafiador, especialmente quando ele late incessantemente ao ver você sair, arranha portas, destrói objetos ou demonstra sinais físicos de estresse. No entanto, é fundamental enxergar essas atitudes como pedidos de ajuda — não como “birras” ou comportamentos malcriados.
A empatia é o alicerce de qualquer plano de reabilitação emocional. Significa ouvir com o coração, compreender a dor silenciosa do seu pet e oferecer acolhimento mesmo diante de comportamentos indesejados.
O Que a Ciência Diz Sobre Apoio Afetivo e Recuperação
Pesquisas em neurociência e comportamento animal, como os estudos de Gregory Berns (2012), revelam que cães desenvolvem respostas neurais semelhantes às humanas quando se sentem amados, abandonados ou ameaçados. O sistema límbico dos pets — especialmente a amígdala e o hipocampo — é ativado intensamente durante episódios de ansiedade de separação, gerando reações fisiológicas como taquicardia, respiração ofegante e desregulação hormonal.
Isso significa que seu animal não está apenas “com saudade”, ele está biologicamente em sofrimento. A ciência mostra que o afeto do tutor e a previsibilidade da rotina ajudam a modular esses circuitos neurais e a reduzir o estresse.
Como Manter o Vínculo Sem Reforçar o Comportamento Ansioso
Muitos tutores têm medo de “estragar” o pet com mimos, acreditando que carinho em excesso pode reforçar o comportamento ansioso. Na verdade, o problema não está no afeto, mas em como ele é oferecido.
Veja algumas diretrizes:
- Evite despedidas dramáticas: Saia de forma neutra, sem criar expectativas emocionais.
- Recompense o estado de calma: Reforce positivamente momentos em que o pet estiver tranquilo, não quando estiver agitado.
- Crie rituais previsíveis: A rotina é terapêutica para o cérebro animal e reduz a ativação do eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal), responsável pela resposta ao estresse.
Práticas Diárias de Cuidado para Reduzir o Sofrimento
Além da empatia e da previsibilidade, o tutor pode adotar práticas que ajudam a melhorar o estado emocional do pet:
- Enriquecimento ambiental: brinquedos interativos, desafios com petiscos, e esconderijos com roupas que tenham seu cheiro.
- Música calmante: estudos como o de Bowman et al. (2015) mostraram que sons suaves (como música clássica) reduzem a frequência cardíaca em cães com ansiedade.
- Exercício físico regular: gastar energia corporal ajuda a aliviar a tensão mental acumulada.
Você Não Está Sozinho — E Seu Pet Também Não Precisa Estar
Conviver com um pet que sofre de ansiedade de separação é, muitas vezes, emocionalmente exaustivo. Mas o caminho para o bem-estar é possível quando se une o amor incondicional com intervenções embasadas e consistentes.
Aceitar que seu pet precisa de apoio especializado, às vezes até com auxílio veterinário e comportamentalista, não é sinal de fracasso — é prova de maturidade emocional e compromisso com o bem estar dele.
Viver com a Ansiedade de Separação Exige Cuidado e Consciência
Ansiedade de Separação Não É Apenas um Comportamento: É Um Pedido de Ajuda
Compreender que a ansiedade de separação é uma condição emocional profunda — e não um simples problema de comportamento — é o primeiro passo para transformar a vida do seu pet. O sofrimento que ele sente ao ver você sair, mesmo que por alguns minutos, é real, neuroquímico e impacta diretamente no seu bem estar físico e mental.
Essa realidade reforça a necessidade de abordagens empáticas, baseadas em ciência e consistência. A ansiedade de separação não se resolve com broncas ou castigos, mas com estrutura, rotina emocional, estímulos positivos e, em muitos casos, com orientação especializada.
O Papel do Tutor é Ser Parte da Solução
Ao longo deste artigo, vimos que não existe fórmula mágica. Cada animal é único e reage de forma distinta aos estímulos do ambiente. Por isso, a atenção cuidadosa aos sinais silenciosos — como mudanças no apetite, latidos contínuos, destruição de objetos ou apatia — deve ser constante.
Criar um ambiente emocionalmente seguro exige esforço, mas os resultados se refletem em uma convivência mais equilibrada, harmoniosa e feliz. O tutor informado é aquele que entende que amar também é buscar conhecimento para cuidar melhor.
Emoção, Ciência e Cuidado Caminham Juntos
A ciência nos mostra que cães e gatos são seres sencientes, ou seja, capazes de sentir emoções complexas como alegria, medo, frustração e saudade. O entendimento profundo sobre essas emoções, aliado à empatia e ao cuidado diário, transforma não apenas o comportamento do animal, mas fortalece o vínculo entre tutor e pet em um nível quase indescritível.
Reconhecer a ansiedade de separação como um desafio tratável, buscar apoio profissional quando necessário e oferecer um espaço afetivo e previsível ao pet é mais do que uma escolha: é um ato de responsabilidade emocional.
Para saber mais sobre comportamento pet leia o artigo “O Que a Neurociência Revela Sobre Emoções em Pets“
To sofrendo com minha cachorrinha, as patas estão todas machucadas… esse artigo veio na hora certa.
Que bom que te ajudou este artigo! A ansiedade realmente é dificil,leve sua cachorrinha no veterinário,espero que ela melhore!